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terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Natal.
Porque eu adoro luzinhas nas árvores piscando. Porque as pessoas mudam o jeito de olhar. Porque as ruas ficam mais vazias e os restaurantes mais lotados. Porque as pessoas se permitem (pequenos luxos, extravagâncias, mimos e revistas). Porque eu adoro Papai Noel de chocolate. Porque me emociona a pureza dos meus primos que acreditam num velhinho de trenó distribuindo presentes. Porque me acalma o regozijo dos meus tios em serem papais e mamães noéis. Porque me acalenta pensar que alguns desejos de muitas pessoas vão se realizar. Porque se pode ouvir músicas natalinas nos banheiros dos shoppings. Porque todos os programas de televisão se passam no natal. Porque os filmes de Hollywood ficam mais bonitos. Porque o sorriso ocupa todos os rostos. Porque eu não gosto de peru. Porque eu adoro ganhar presente. Porque eu quero sempre montar a árvore. Porque Frank Sinatra cantando "I wish you a Marry Xmas" me deixa inebriadamente feliz. Porque os cachorros passeiam nas ruas de gorrinho vermelho. Porque todas as fantasias giram em torno do natal (até as sexuais, e isso me dá um pouco de medo). Porque me remete aos melhores momentos da minha vida. Porque me permite passar os melhores momentos da minha vida. Porque me faz lembrar o quanto eu posso chorar diante da televisão. Porque me faz esquecer o quão duro esteve meu peito nos últimos tempos. Porque me faz querer cantar. Porque me faz dançar. Porque me faz partilhar. Porque me faz inenarravelmente feliz. É por isso que eu gosto tanto, tanto do natal.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
15 anos.
Sentou para descansar na calçada azul daquela rua sem fim. Se foi tudo tão cansativo até ali, duvidava se teria coragem de se olhar no espelho no quilômetro seguinte. O vento incógnito despenteava seus laços de menina. Ela tinha medo. Faz de conta que já era uma mulher azul de céu, faz de conta que carregava histórias de filhos na bolsa (que nada mais eram do que bonecas, até então). Faz de conta que sabia ninar, que sabia cantar, que era morena furta-cor. Faz de conta que não ligava pros olhares que furtava no corredor. Inventava aquela infância de ontem, prateada da lua que sonhou nos degraus da escada do universo. Ela era tudo de impossivel que a tinha construído. E nem sabia de tais impossibilidades. Amargava naquele peito pequeno coisas efêmeras e gigantes. Não tem a mínima idéia do que estar por vir naquela estrada de passos tão certos que a assustariam se fossem contados. Quer tanto fazer parte de uma tribo que se perde na sua identidade. E borra a boca de batom. E lembra que os olhos ficam mais leves sem rímel. Descalça os sapatos e sente mais uma vez o vento que a lembrava de estar viva. Já não sabia se fazia sol, se aquela era a luz da lua. Sabia que não tinha como voltar. Sabia que tinha de seguir. Mal sabia que nem 7 mil milhas seriam capazes de trazê-la de volta àquela calçada. Se soubesse da saudade que ia sentir, teria ficado mais tempo. Mas ela levanta e sua velocidade ingênua a guia pelo asfalto. Ela faz de conta que é adulta e esquece que é criança. Ela não se sabe mais. Ela muta e tudo muda pra ela. Não sabe lá de muita coisa. Em meio a todas as dúvidas, sua única certeza é a de que precisa correr. A de que precisa crescer. Ela precisava saber que estava chorando por dentro. Ela tem apenas 15 anos.
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