Recebi ontem seu embrulho, mas não tive tempo de abrir. Corri e na exaustão que é digna das noites, rasguei o papel de seda. E perdi a voz. Não tinha rispidez. Tava com a cor desbotada que só os anos colorem. Tinha aquele cheiro de adrenalina tão característico dos sonhos bem vividos. Perdi o som. Abri a imponente porta do armário e joguei com repúdio todos os ternos no chão. Arranquei com desdém aqueles casacos pomposos do cabide. Nada diziam com aquele jeito de perfumes importados e sapatos comportados. Aqueles braços polidos que um dia os vestiram estavam nus de vergonha. Nus de lágrimas. E eu sentei naquele carpete engomado e a retirei do embrulho. Parecia que gostava da cena passional que se passava ali naquelas paredes de meia luz. Guardava meus segredos em meio a matizes de azul. E eu perdi as estribeiras, quebrei cadeiras e bati nos espelhos de água dos copos. Essas diretrizes que nada tinham haver com aquele pacote me violentaram naquela janela de luz. E nada mais se dizia. Borrei aqueles olhos pincelados de escudo. Busquei nos bolsos motivos de ratificação. Achei aquele bilhete primaveril que você me deu no inverno passado. E minhas lágrimas quase apagaram a “felicidade de borboletas no estômago” escrita com lápis de cor. E achei nossa moeda velha de apostas e me senti abraçada por todo aquele desgaste. E antes de abotoar os botões, nosso cheiro me ensurdeceu num grito de saudade. E vi ali, naquele corredor sem fim, que eu não quero mais o golden dream. Eu acredito mesmo é em jaqueta jeans. E me emociona encontrar alguém com uma e são nessas pessoas que eu confio. Obrigada por me tornar confiável. Obrigada por me devolver a minha velha jaqueta jeans.
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terça-feira, 25 de novembro de 2008
Jeans.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Ode ao prazer.
Pinga.
Pinga aqui no meu copinho.
Sua lágrima salgada de ardor.
Deita.
Deita aqui no meu colinho.
O seu corpo lambuzado de torpor.
Chora.
Chora aqui no meu ombrinho.
Eu posso te curar com meu amor.
Enrosca.
Seu pequeno pescocinho.
No meu peito moreno de calor.
Cola.
Cola aqui o seu rostinho.
Na minha faca afiada de suor.
Suga.
Suga todo esse carinho.
Com seu hálito abafado de horror.
Vem.
Vem cadente, vem suado. Come o meu dobrado, me deita de lado, me joga no telhado e me faz esquecer Conta, assim, sem chiado, o que eu tenho que lembrar. Conta aqui baixinho no meu ouvido. Conta pra mim que eu sou mulher.
(Me joga na parede e me chama de lagartixa. Who knows?)
Pinga aqui no meu copinho.
Sua lágrima salgada de ardor.
Deita.
Deita aqui no meu colinho.
O seu corpo lambuzado de torpor.
Chora.
Chora aqui no meu ombrinho.
Eu posso te curar com meu amor.
Enrosca.
Seu pequeno pescocinho.
No meu peito moreno de calor.
Cola.
Cola aqui o seu rostinho.
Na minha faca afiada de suor.
Suga.
Suga todo esse carinho.
Com seu hálito abafado de horror.
Vem.
Vem cadente, vem suado. Come o meu dobrado, me deita de lado, me joga no telhado e me faz esquecer Conta, assim, sem chiado, o que eu tenho que lembrar. Conta aqui baixinho no meu ouvido. Conta pra mim que eu sou mulher.
(Me joga na parede e me chama de lagartixa. Who knows?)
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