terça-feira, 30 de dezembro de 2008
No final.
Eu vou ainda vou duvidar e desacreditar e testar e querer. Depois do cansaço, eu nos quero fortalecidos. Eu vou jogar copos, bebidas e venenos. Eu vou te esconjurar. Depois do perdão, eu nos quero renascidos. Eu vou subir na mesa, tirar minha sandália, dançar até perder e gastar o meu sapato. Depois de todo o desgaste, eu nos quero renovados. Eu vou quebrar pratos, vasos, patos, gatos e até seu coração. Depois de todo o estrago, eu te espero consertado. Eu vou morder, lamber, untar, gozar, perder. Depois de todo o pecado, eu nos quero perdoados. E vão tentar. E por vezes conseguir. Mas antes da separação, nos espero inseparáveis. Eu pra sempre vou omitir, trair, permitir, fugir. Eu sempre serei insegura. E depois de todas as lágrimas, eu te espero imaculada. E no final do ato 5, eu nos quero imutáveis. E na tomada 4, eu nos quero infindáveis. Eu não acredito, eu repudio. Mas nos quero confiáveis. Vc longe, eu perto. E nos quero tangíveis. Eu burra, vc vazio. E nos quero pensáveis. Na exaustão das minhas letras mal escritas, quero você pedaço de mim. No final, eu não te espero mais. Mas continuo na cama.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
você agora.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
culpada.
Sou eu a culpada dessa culpa. Desse arrependimento. Dessa certeza.
É minha e só minha. E não é minha a culpa pela sua felicidade. Por toda a felicidade que um dia você quis me dar e que um dia vai ter. Eu não a mereço. Eu não te mereço. Sou réu confessa do seu penar. Eu sou culpada.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Partida
Eu me perdi ali, naquele exato momento em que seus olhos umideceram os meus. Eu, assim, tão cheia de mim, tão certa de meus passos, perdi o rebolado. Eu não te perdôo pelas palavras que estão sussurradas no meu pescoço. Não te perdôo por me permitir adormecer no seu peito moreno. E agradeço por ter desviado o olhar. Agradeço por ter me feito sentir medo. Mas repudio tua partida. Eu me perdi. E sei que posso me achar nas tuas pernas. Perdi ali um pedaço nosso. Você podia ter outro som, você podia não ler minhas antíteses tão bem tecidas. Você podia ser menos você. A culpa é do hipnótico cheiro de maresia. Eu, tão senhora de meus sentidos e anseios, esqueci de esquecer. Quanto momento há nessa magia. Nada se diz nessa janela de luz. Eu morri de amores uma noite por um poeta. Mais na frente, eu esqueço de lembrar.