sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Importa?

Eu até arrancaria sua roupa agora.
Mas chove tanto lá fora.
E eu esqueci de escovar os dentes.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Abololô

Haviam tantos Marcelos, tantos Renatos e Tiagos que poderiam ter sido. São tantos os Pedros, tantos Joãos e Josés que poderiam ter ido. Mas em meio a tantos Danilos, Andres, Antônios e Felipes, foi você quem veio. Com esse jeito calado, sentou aqui do meu lado e não pediu licença pra ficar. E foi tomando meu espaço e sem eu perceber, se tornou um pedaço desse vidrado olhar. Tão vidrado em você que nem lembrou de esquecer tudo mais que havia ao redor. E não percebeu que estava guardado, ali no fundinho, o perigo, em seu cheiro, pernas, pés e umbigo. Você assim, com esse jeito moreno, esse abraço pequeno e areia nas mãos, me perdeu na estrada, na esquina quebrada, na contramão. Agora fico aqui, com esse sentimento a mil por hora, que me toma sem demora e me faz esquecer a hora de desligar o fogão. Amo então a toda velocidade, com intensidade, vontade e paixão. Questionando minha sanidade, peço assim, de verdade, não quebre meu coração. Porque eu me perdi nos seus passos, entre beijos e amassos, no laço de aço do seu cordão. E não quero me encontrar. Quero sentir meu peito sem ar, com teus braços me apertando pra sufocar. Eu não quero pensar, não quero perder. Me deixa sonhar. Esse peito já não sente em mais nada. Topa qualquer muro, pedra e parada. Desse jeito rasgado, só exige você ao lado. Você, que de mansinho mudou matizes, odores e raízes, me deixa assim, irracional, sem saliva na boca e com rima banal.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Partida

Eu me perdi ali, naquele exato momento em que seus olhos umideceram os meus. Eu, assim, tão cheia de mim, tão certa de meus passos, perdi o rebolado. Eu não te perdôo pelas palavras que estão sussurradas no meu pescoço. Não te perdôo por me permitir adormecer no seu peito moreno. E agradeço por ter desviado o olhar. Agradeço por ter me feito sentir medo. Mas repudio tua partida. Eu me perdi. E sei que posso me achar nas tuas pernas. Perdi ali um pedaço nosso. Você podia ter outro som, você podia não ler minhas antíteses tão bem tecidas. Você podia ser menos você. A culpa é do hipnótico cheiro de maresia. Eu, tão senhora de meus sentidos e anseios, esqueci de esquecer. Quanto momento há nessa magia. Nada se diz nessa janela de luz. Eu morri de amores uma noite por um poeta. Mais na frente, eu esqueço de lembrar.

domingo, 17 de agosto de 2008

Eucaristia

"Precisa não afobar
Precisa ser bem animal
(...) Nobremente
Morder lamber cheirar fugir voltar arrodear
Lamber beijar cheirar fugir voltar

Pregava que fazer amor era uma eucaristia
Que era uma comunhão

Foder é um ato religioso"

Manoel de Barros

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Tem uma música que diz assim ó

"Something's glistening im my imagination
Motivating something close to breaking the law
Wait a mo before you take me down to the station
I've never known a one who'd make me suicidal before

He was so beautiful, but oh so boring
I'm wondering what was I doing there
So beautiful, but oh so boring
I'm wondering if any out there really cares (...) "


Como diria um sábio muito sábio da terra dos sábios, por fora bela viola, por dentro pão bolorento. A-do-ro ditos populares.

Sabe o que mais me agrada na dor?

O alívio que eu sinto quando ela passa.

Plaquinhas

Plaquinhas são muito úteis, sabe? Muito úteis. Evitariam muitos dissabores se fossem devidamente utilizadas. Por exemplo, às vezes, numa conversa gostosa, você solta uma piadinha super inteligente e o interlocutor te olha com aquela cara de "hã?" constrangedora que faz a sagacidade perder todo o sentido, quando você se vê obrigado a explicar a tal piadinha. Nesse caso e com esse tipo de pessoa, o ideal seria ter uma plaquinha "Estou apenas brincando", o que evitaria o desperdício da piadinha, da sua brillhante sagacidade e do seu tempo ao constatar tal pessoa. Outras vezes, vc tá lá, com aquele outro tipo esquisito da espécie, que teima em entender um sim, quando tudo o que você realmente quer (e diz!) é que ela entenda um não. E esse tipo de pessoa, eu costumo denominar de pessoa-polvo, pois parecem ter tantos braços, tanta força, tanta gosma que, argh, dotam-se de tentáculos. Com essas, usaria-se uma plaquinha "Eu realmente tenho a intenção do que digo". Essa super plaquinha evitaria pelo menos que você entrasse em contato com a supergosmamelequentadepessoaspolvo. Mas calma! As plaquinhas mais úteis são as de DENOMINAÇÃO.

Denominações imprescindíveis:
"Sim, eu pareço legal, eu cheiro legal, eu mexo legal, mas eu não sou legal"
"EU SOU IM-BE-CIL"
"Coitado de mim, eu acho que valho alguma coisa"
"Eu sou um sanguessuga"
"Eu vejo normalidade em escatologias" (essa é assim, top 5)

Denominações importantes
"Eu pago o primeiro encontro, mas depois finjo esquecer a carteira em casa"
"Eu tenho uma tendência patológica a me ofender com tudo e com qualquer coisa"
"Eu sou uma pessoa carente, minha mãe me donima e vou te fazer mal"
"Eu não presto, mas posso te dar uma felicidade-efêmera-que-vale-a-pena"
"Eu sou a pior idéia pra você ter na sua cabeça"
"Eu não.faço.bem."

Denominações de cunho relevante
"Eu gosto que sirvam meu prato"
"Eu falo palavrão na cama" (vai saber né...)
"Eu tenho fantasias bizarras"
"Eu gosto do Jorge Vercilo" (uiiiii)
"Eu danço como um grilo"
"Canto como uma cigarra sem amígdalas"
"Eu como com as mãos e chupo os dedos depois"
"Tomo sopa fazendo barulhinho"
"Seguro xícaras com o mindinho levantado" (essa também se encaixa em denominações imprescindíveis)

Denominações necessárias
"Sim, eu sou tudo o que você está procurando de verdade"
"Eu não vou virar abóbora depois da meia-noite"
"Se você me beijar, eu não viro sapo"
"Sua mãe realmente te vê com uma pessoa como eu"
"Sim, sim, eu sou tudo isso que você está pensando mesmo"
"Não tenha medo. Eu vou fazer você feliz"

E muitas outras plaquinhas. O intuito verdadeiro dessas meninas levadas é evitar um longo espaço de desperdício de tempo. Se essa tal de vida é curta e se realmente não temos tempo a perder, proponho uma passeata pela implementação do uso de plaquinhas!

Cansei de perder o tempo que eu não tenho e ter aqueles momentos de "meussantodaime, aonde estavam as minhas lentes de aumento mesmo?".

*Momento regozijo felicidade plena feliz

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Água

E tem horas que a gente se sente assim. As veias azuis saltam a testa, sobe um bolo de pêlo pela garganta, a voz desafina. Uma espécie de afogamento interno. Evitando a morte, as lágrimas brotam sem permissão. Você luta contra elas, mas é pior. A pele se tonifica num vermelho-vergonha e tudo muda. Malditas veias entregadoras. Se o corpo não fosse 80% água, eu choraria pedras agora.

Vício

Dizem que coca-cola é droga e vicia.
Ando me viciando nas erradas.

O que conforta

  • "Hoje vejo que realmente não daríamos certo. Você é demais pra mim"
  • "O silêncio entre nós não me incomoda"
  • Acordar depois do meio-dia
  • Esquecer de lembrar
  • Minha mãe na porta
  • Bolsas grandes
  • Travesseiros fofinhos
  • Pedaços de queijo (de todos os tipos)
  • Amigos na barra
  • Tardes de sábado
  • Zeca Baleiro
  • Vícios
  • Queijo ralado... muito queijo ralado
  • Telefonemas a qualquer hora
  • Mensagens de madrugada
  • Bilhetes de amor
  • Amor
  • Certeza concomitante de pensamento
  • Companhia
  • Blusas macias
  • Meias quentinhas
  • Cachorro dormindo no pescoço
  • Cheirinho, pescocinho, pelinha e tudo que diz respeito a bebês
  • Conslusões e soluções
  • Trabalhoferradoqueexpulsatodosospensamentosdacabeça
  • Números
  • Formigas andando em fila no bolo de chocolate
  • Iguanas em hotéis
  • Andar de carro
  • Música andina
  • "A única coisa que não tem perdão, Clarice, a única coisa que não tem solução, é a morte"
  • Palavras molinhas
  • Companhia (e o simultâneo desaparecimento do medo da solidão)
  • Amigos de longe
  • Quarto de hotel
  • Dormir na praia
  • Morrer de amor
  • Ficar de pilequinho
  • Sentir medo e fazer
  • Lagostas em Fortaleza
  • Amigos tão perto

Por mim, todas as coisas do mundo podiam ter cheiro de maçã verde.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Da Mirella.

damaged people are dangerous because they know they can survive.

Sacou?

Lágrimas

Eu pensei em chorar no exato momento em que senti a dor.
Mas esta foi tão atroz, que posterguei o choro para quando ela passasse.
Uma vez passada, quis gozar do alívio. E no gozo, o choro, novamente, não coube.
Quis chorar em noites cálidas de solidão cortante. Mas tive medo do frio congelar as lágrimas.
Quis chorar em dias quentes demais, quando o calor parecia me sufocar. Mas, se as lágrimas iam evaporar, pra que derramá-las?
Quis chorar pra aliviar, pra cansar, pra sentir-me um pouco humana. Mas percebi que a angústia me transforma, que o descanso me mantém em pé... E que, às vezes, ser humana deve ser chato demais.
Queria chorar agora e nem sei porque.
Me ensina?
Ando gastando paredes com meus pensamentos.

Me ajuda a olhar?

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Sol

Ela guarda tempestades no céu da boca. Ensina, todos os dias, que a vida é feita de nuvens, algodão doce e tontos sons. Tem na cartilha que a vida é feita de coisas bonitas, margaridas no campo, formigas pequenas e laços de fita. Ela é magia. Preenche o espaço sem estar. É um trovão. Faz da cama tocas pequenas de coelhos peludos e macios. Tempera pratos, atos e fatos. Tempera, assim, meu coração. Sai todos os dias pra descobrir seus erros. Come pão molhadinho de café. Ama sincero, sem medida e posso jurar que dentro daquele armário vazio, esconde uma varinha de condão e uma bola de cristal. Por que estar sempre certa? Porque estar sempre certa, pra ela, é normal. Ama meus sorrisos, meus trejeitos, meus passos pesados, meu avesso, meu ciso e meus pés. Ninou minhas noites com Chico, Caetano e tudo mais que pudesse lembrar ideologias e revolução. Ela pensa! E guarda tempestades no céu da boca. É a certeza de felicidade ao entrar em casa. Prefiro um mundo sem chaves com ela na porta. Menina da janela. Da minha janela de partida. Do meu cais de chegada. Sempre me pergunto como cabe ali, naquele peito moreno, tanta sabedoria. "Mas seus olhos castanhos me metem mais medo que um raio de sol". Acorda meus sonhos em silêncio com amor de vitamina de banana. Num amor tão sinestésico, me quero criança, quero ser sempre a criança na barra da saia dela.

No meu dicionário, Solange é assim:

Amar+é+acordar+cedo+pra+fazer+a+vitamina+de+banana, violeta, dourado, glamour, verdade, voz alta, risada fácil, felicidade pura, intensidade, Eduardo Galeano, Ítalo Calvino, palavras difíceis, excertos de Quintana, força, menina+levada+que+come+doce+todo+dia, cabelos compridos, pés no chão, molho de tomate, Chico Buarque, letras incompletas de músicas, canções de ninar, nuvem, inteligência, paixão, alguémquegostatantodamaluquantoeu, barra da saia, proteção, aconchego, travesseiro, tardes ensolaradas, aurora, via láctea, 6, voz, Rita Lee, abraços, inteira, segredos, surpresa, momento+exato+antes+de+entrar+na+festa+de+aniversário, brava, espelho, gatos, hippy, tiazona-caretona-que-já-foi-pra-algodoal, pureza, cheiros, massagem no pé, amor.

E é tão mais. Mas é tudo pra mim.

Feliz ano novo, Sol.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O fim.

Tudo acabou assim, num triste filme noir.
Saíste do cinema e eu fiquei te guardando o lugar.

A-b-c-dário

H

Tinha o nome bem feio. A figura também. Mas me chamava de boneca de porcelana e certa vez socou um muro por mim. Foi a grande salvação em momentos de angústia. Disse palavras doces à sua maneira e vez em quando surge. Ensinou coisas de carne e me beijou em frente a igrejas. Quando eu preciso de colo, é o refúgio mais seguro. Eu quebrei seu coração.

B - 1

Tinha gosto de mar. Tinha sabor de areia. Foi a coisa mais fulminante que esse peito já sentiu. Fazia planos de Londres. Falava de filosofia. Quando eu esbravejava à distância, me calava calmamente com um "eu te amo". Invadiu meu peito sem licença. Reprovou meus atos infantis. A vida nos separou como deveria ser.

E

Era uma coisa de pele. Um cheiro, uma língua, dois corpos e o mundo. Tinha vontade de mim. A gente se untava com ungüento. A amizade ainda bate forte em nossos peitos.

L

Éramos um e dois e muitos. Éramos imã. Éramos pernas, escadas, saliva e perdão. Éramos música, bateria e violão. Tínhamos pouco tempo. Éramos mudança, anseio e cigarros. Éramos ensaio, luz e platéia. Éramos tanto que doía. Fomos lágrima e medo. Fomos nossos. Éramos demais um pro outro.

D

Nós nos amávamos em Shakespeare. O amor já existia, só esperou por nós. Ele me amava com olhos, desejo e admiração. Ele não acreditava em me ter e se boicotou. Ele, sem saber, maculou um pedaço do meu coração. Fez meu peito de palco pra uma platéia sem palmas. E me amou todos os dias que eu precisei. E me buscou, me quis, me pediu pra mim. A mutação do amor fluiu. Somos felizes com a certeza de que nossos paralelos vão se encontrar no infinito.

L

Tinha um mundo inventado por medo de rejeição. Eu o amei mesmo depois da farsa. Ele quis me dar uma casa, um filho e amor. Nossos sonhos se perdiam em cigarros. Foi minha primeira luta. Num bar vazio, uma amiga, bacardi e a insistência. Ele quis gritar ao mundo! Meus temores apagaram essa memória antes dela existir. Restou um anel e a certeza do meu primeiro (e até hoje único) arrependimento. Eu devia ter fugido com ele.

B - 2

Foi minha maior busca. Foi meu maior erro. Foi a minha grande frustração. Foi eu perdida num céu claro sem estrelas. Tudo era tão óbvio. Tudo ali, a meus olhos, ao alcance do nariz. O entendimento de felicidade inventada. A compreensão de que momentos bons podem ser mera conseqüência de uma convivência. Ele roubou um ano da minha vida. Arrancou do meu peito o que havia de melhor. E me transformou no que sou hoje.

R

Foi tudo de melhor que podia ser. Via em mim o frescor de uma vida nova e excitante. Via em mim sua salvação. E se ateve a meus braços, roupas e sentidos. E agarrou minhas pernas. E teve medo de me perder. Pesou seu corpo no meu e caiu. Eu estava muitos passos a frente. Sem a queda, poderíamos ter sido felizes por mais tempo.

P

Dizia no meu ouvido tudo o que eu queria ouvir, mas tinha medo de escutar. Eu estava com as portas fechadas. Com as janelas trancadas. Eu tive medo. Eu tive medo de gostar de novo. Eu perdi. Perdi discussões, perdi sorrisos, perdi o gosto forte do café com o cigarro. Perdi um peito-travesseiro. E decidi abrir minhas portas pra nunca mais perder o que poderia ter tido. Ele ainda ronda meus sonhos e telefonemas. Ele ronda minha rua embriagado de madrugada.

D

Eu tentei ter o coração aberto. Tentei destrancar as janelas e deixar as portas entreabertas. Ele tinha os dedos afiados nos meus quadris. Tinha os olhos atentos a seu medo e buscou motivos, enquanto eu me permitia. Mas eu só tinha um buraco no peito. E ele uma faca. Tranquei as janelas, cerrei as portas e joguei as chaves fora.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Você ainda vai tropeçar no seu orgulho e cair na minha cama

Eu tenho um buraco aberto no peito. Um prego foi responsável por ele. A ausência do prego por muito machucou de morte esse peito aberto. E você se achou no direito de pegar sua faca e reabrir essa ferida. Você chegou de mansinho, me colocou no seu colo e achou que podia brincar. Esburacar, meu amigo, não é brincadeira. Um peito aberto merece respeito. Uma dor merece atenção. Mas você só conseguiu olhar por sobre esse vão e esqueceu de enxergar o peito que o forma. Muitas dores são sem valia. Muitas palavras nada dizem. Mas eu quis acreditar. Quis crer que você não tinha uma faca. A ilusão me deu imagens agora desagradáveis de um sopro acalentador na ferida recorrente. Eu me entreguei, você me usou. E estabelece um jogo diário sem time, sem dupla, sem regras, sem padrões. Não movi minhas peças, mas você continuou fazendo seus pontos. Eu não sou um tabuleiro de xadrez. Tire suas mãos sujas de lama da minha côxa. Arranque dos meus quadris seus olhar de desejo reprimido. Destrua as palavras dúbias que ainda moram no meu ouvido. Não me deixe mais permitir você me invadir. Eu me ative a fios de teias, você as teceu sem licença. A queda, meu amigo, não faz parte de mim. A fumaça do seu cigarro não vai dissipar a impureza do seu caráter. O encontro de retinas é sombrio. E você tinha uma faca. Fez uso dela sem parcimônia e esqueceu que feridas abertas incomodam. Você tem, agora, suas mãos sujas com meu sangue. Pode disfaraçar, lavar, limpar, mas o cheiro do metal ensanguentado não vai sair de você. Você ainda vai lembrar do som do meu sorriso e da cor da minha escova de dentes. Seu jogo não me engana mais, não me perturba mais. Estabeleça quantos contatos telepáticos quiser. Pule na minha mesa e rasgue meus papéis. Atropele meus passos sem pressa, sem medo. Conte segredos ao vento pra que eu possa escutar. A ferida faz parte de mim. Sua faca não me mete mais medo. Eu sentei e fumo meu cigarro. Você ainda vai tropeçar no seu orgulho e cair na minha cama.